Orientadora:
Profª Claudete Aparecida do Nascimento Oliveira
Ilustrações:
Alunos das 8ªs séries - EM Prof. André Franco Montoro
.
A relação entre imagem e linguagem é íntima. A imagem pode ilustrar um texto ao mesmo tempo em que contribui para o seu esclarecimento. Toda ilustração é sempre uma interferência que visa corroborar com o universo significativo do texto.
No presente trabalho, meus alunos das classes de 8as séries tiveram uma compreensão bastante apropriada do texto "Bicho raro e estranho" do escritor Ulisses Tavares, o que possibilitou a criação de imagens que, de modo bem harmonioso, conferem beleza e expressão a um texto já rico e cativante.
Em um primeiro momento, convido o leitor a efetuar a leitura da citada narrativa e, só após essa etapa, proceder a releitura da mesma porção, agora acompanhada de belíssimos desenhos.
Boa leitura,
Profª Claudete
Ulisses Tavares
Foi o cachorro que chegou correndo com a língua de fora e contou para o javalí:
- Descobri um! Está escondido em cima de uma pedra, lá embaixo.
E foi a coruja que ouviu o papo e perguntou:
- Você tem certeza? Olhe que nem sempre as lendas são verdadeiras.
Mas foi o elefante que apareceu naquele momento e decidiu:
- É melhor verificar. Afinal, algum deve mesmo ter sobrado.
E foi assim que os animais desceram a montanha para comprovar a história do cachorro.
No começo da caminhada a cobra disse:
- Gozado, me deu vontade de levar uma maçã pra qualquer emergência.
No meio, o passarinho falou:
- E eu estouque não agüento de medo de levar uma pedrada.
No fim, o jacaré comentou:
- Acho que vou chorar.
Chegaram.
O macaco coçou a barriga e comentou:
- É verdade. Sobrou só um. Mesmo assim pode ser perigoso. Quase acabou com minha família. E olha que somos primos em terceiro grau.
A onça lambeu os beiços e acrescentou:
- É o único que mata sem ter fome.
A borboleta abriu as asas e concluiu:
- Mas o que fazemos com ele?
Todos os bichos ficaram em silêncio olhando o homem, apavorado, olhando também para eles. Em todas as cabeças passavam as lembranças de bichos e plantas destruídos. Só que não sabiam mesmo o que fazer com aquele homem ali, sobrevivente como eles. Esperançoso e assustado como eles. Bicho como eles.
E foi o cágado que, chegando atrasado ao local, resolveu a questão:
- Um bichinho tão bonitinho como esse não merece acabar. Vamos deixá-lo vivo.Acho que com o tempo ele aprende com a gente uma maneira melhor de viver.
Ulisses Tavares, Bicho raro e estranho, págs. 3 e 4, Editora Globo, Rio de Janeiro, 1987
.Com ilustrações
Foi o cachorro que chegou correndo com a língua de fora e contou para o javalí:
E foi a coruja que ouviu o papo e perguntou:
Mas foi o elefante que apareceu naquele momento e decidiu:
E foi assim que os animais desceram a montanha para comprovar a história do cachorro. No começo da caminhada a cobra disse:
No meio, o passarinho falou:
No fim, o jacaré comentou:
Chegaram.
O macaco coçou a barriga e comentou:
A onça lambeu os lábios e acrescentou:
A borboleta abriu as asas e concluiu:
Todos os bichos ficaram em silêncio olhando o homem, apavorado, olhando também para eles. Em todas as cabeças passavam as lembranças de bichos e plantas destruídos. Só que não sabiam mesmo o que fazer com aquele homem ali, sobrevivente como eles. Esperançoso e assustado como eles. Bicho como eles.
E foi o cágado que, chegando atrasado ao local, resolveu a questão:
Fim