Cantigas de roda

Muito se tem criticado as cantigas folclóricas do universo infantil brasileiro, como “Atirei o pau no gato”, “O cravo brigou com a rosa”. Daí gera um embate interminável entre os que as defendem, que não vêem nenhum mal em tais “cirandas”, e os que são contrários às suas letras.

O segmento contrário ao conteúdo dessas antigas cantigas – entre eles pais, educadores e especialistas - toma o mesmo posicionamento:
1º) diante das novelas da TV e dos desenhos japoneses?
2º) diante de filmes de ação disponíveis tanto na televisão quanto nas locadoras?
3º) diante de programas sensacionalistas que a TV exibe?
4º) diante de letras de músicas do aché, do funk e de tantos outros gêneros, que trazem denominações “pejorativas” e erotização da dança?
5º) diante de literatura como a coleção “Harry Potter”?
6º) diante do videogame normalmente utilizado pelas crianças e adolescentes?

Recorte do texto do Prof. Maurício Apolinário - Cantigas de roda tradicionais: nocivas ou inofensivas?


Leia a excelente reportagem : Será que funciona?

Leia também o artigo do terapeuta Carlos Nakamura:
Quem tem medo de careta?
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Teresinha de Jesus

Teresinha de Jesus
de uma queda foi ao chão
Acudiram três cavaleiros,
todos os três chapéu na mão.

O primeiro foi seu pai
O segundo seu irmão
O terceiro foi aquele
Que a Teresa deu a mão.

Da laranja quero um gomo,
Do limão quero um pedaço,
Da menina mais bonita,
quero um beijo e um abraço.

Terezinha de Jesus
Levantou-se lá do chão
E sorrindo disse ao noivo
Eu te dou meu coração.


Ciranda, cirandinha

Ciranda, Cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta,
Volta e meia vamos dar.

O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou.

Por isso, dona Ciranda,
Entre dentro dessa roda.
Diga um verso bem bonito,
Diga adeus e vá-se embora.


A barata

A barata diz que tem
Sete saias de filó
É mentira da barata
Que ela tem é uma só

Rá, rá, ra
Ró, ró, ró
Ela tem é uma só

A barata diz que tem
Um sapato de fivela
É mentira da barata
O sapato é da irmã dela

Rá, rá, ra
Ró, ró, ró
Ela tem é uma só

A barata diz que tem
um anel de formatura
É mentira da barata
Ela tem é casca dura

Rá, rá, ra
Ró, ró, ró
Ela tem é uma só

A barata diz que usa
Um perfume muito bom
É mentira da barata
Ela usa é detefon


A canoa virou
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A canoa virou,
Fui deixar ela virar,
Foi por causa de fulano (nome da criança)
Que não soube remar.

Siriri pra cá, siriri pra lá
Fulana é velha
E quer se casar
Siriri pra cá, siriri pra lá
Fulana é velha
E quer se casar

Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar,
Eu tirava fulano (nome da criança)
Do fundo do mar.

Siriri pra cá, siriri pra lá
Fulana é velha
E quer se casar
Siriri pra cá, siriri pra lá
Fulana é velha
E quer se casar


Alecrim
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Alecrim, alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado

Alecrim, alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado

Foi meu amor
Quem me disse assim
Que a flor do campo
É o alecrim

Foi meu amor
Quem me disse assim
Que a flor do campo
É o alecrim


Atirei o pau no gato

Atirei o pau no gatô-tô
Mas o gatô-tô
Não morreu-reu-reu
Dona Chicá-cá
Admirou-sê-sê
Do berrô, do berrô que o gato deu:
Miauuu!

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Borboletinha

Borboletinha,
Tá na cozinha,
Fazendo chocolate,
Para a madrinha.

Poti, poti,
Perna de pau,
Olho de vidro,
Nariz de pica-pau, pau, pau.

Borboletinha,
Tá no jardim,
Fazendo cambalhotas,
Só para mim.

Poti, poti,
Perna de pau,
Olho de vidro,
Nariz de pica-pau, pau, pau.

Cai, cai balão
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Cai, cai, balão!
Cai, cai, balão!
Na rua do sabão.
Não cai, não! Não cai, não! Não cai, não!
Cai aqui na minha mão!


Dona Aranha
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Dona aranha
Subiu pela parede
Veio a chuva forte
E a derrubou

Já passou a chuva
E o sol já vem surgindo
E a dona aranha
Na parede vai subindo

Ela é teimosa
E desobediente
Sobe, sobe, sobe
Nunca está contente.


Escravos de Jó

Escravos de Jó
Jogavam caxangá.
Tira, põe
Deixa ficar.
Guerreiros com guerreiros
Fazem zigue, zigue, zá
Guerreiros com guerreiros
Fazem zigue, zigue, zá.


Esta rua

Esta rua, esta rua tem um bosque,
que se chama, que se chama Solidão.
Dentro dele, dentro dele mora um anjo,
que roubou, que roubou meu coração.

Se roubei, se roubei teu coração,
é porque tu roubaste o meu também.
Se roubei, se roubei teu coração,
é porque, é porque te quero bem.

Se esta rua, se esta rua fosse minha,
Eu mandava, eu mandava ladrilhar,
Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante,
Para o meu, para o meu amor passar.


Indiozinhos

1,2,3 indiozinhos
4,5,6 indiozinho
7,8,9 indiozinhos
10 num pequeno bote.
Foram navegando pelo rio abaixo
Quando um jacaré se aproximou
E o pequeno bote dos indiozinhos
Quase, quase virou
Mas não virou!
(Repete: 1,2,3 indiozinhos...)


Marcha soldado

Marcha soldado cabeça de papel
Se não marchar direito
Vai preso no quartel
O quartel pegou fogo
O bombeiro deu sinal
Acode, acode, acode,
A bandeira nacional

O cravo e a rosa
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O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada
O cravo saiu ferido
A rosa, despetalada.
O cravo ficou doente
A rosa foi visitar
O cravo teve um desmaio
A rosa pôs-se a chorar
O cravo tem vinte anos
A rosa tem vinte e um
A diferença que existe
É que a rosa tem mais um


O sapo não lava o pé
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O sapo não lava o pé
Não lava porque não quer
Ele mora lá na lagoa
Não lava o pé
Porque não quer
Mais que chulé!


Pirulito que bate...bate

Pirulito que bate... bate
Pirulito que já bateu,
Quem gosta de mim é ela
Quem gosta dela sou eu.


Pombinha Branca

Pombinha branca,
Que está fazendo,
Lavando roupa,
Pro casamento.
Vou me lavar,
Vou me trocar,
Vou na janela,
Pra namorar.
Passou um homem,
de terno branco,
Chapéu de lado,
Meu namorado.
Mandei entrar,
Mandei sentar,
Cuspiu no chão,
Limpa aí seu porcalhão!
Tenha mais educação!

Itororó

Fui no Itororó
Beber água e não achei
Achei bela morena
Que no Itororó deixei

Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada
Se não dormir agora
Dormirá de madrugada

Oh! Mariazinha
Oh! Mariazinha
Entrará na roda
Ficará sozinha

(Fulana responde):
Sozinha eu não fico
Nem hei de ficar
Porque tenho (fulana)
Para ser meu par
Deita aqui no meu colinho
Deita aqui no colo meu
E depois não vá dizer que você se arrependeu.
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